18.9.16

Vida de escritor

Antes de qualquer coisa,  muito prazer, Carol Nery. Sou mineira de 1998, escritora (autora de Paralelas que se cruzam) e parceira da minha gêmea no blog Avesso de mim
Estou muito feliz por poder compartilhar aqui um pouco do que sei do universo literário, e para esse primeiro post vim compartilhar um pouco da vida do escritor.


Nós costumamos achar que os escritores têm vida fácil: escreve, viaja, vai às bienais e eventos (e eu me incluía nisso até começar a mexer com isso). Mas o que há por trás dos autógrafos, lançamentos e bienais?


A grande verdade é que a maioria dos escritores têm outras profissões, trabalham duro para manter algo que acreditam. E, por terem outras profissões, desgastam-se mais, afinal aproveitam a madrugada para escrever; e no dia seguinte, tudo de novo! - se tem uma coisa que admiro nessa profissão é que desistir nunca foi uma escolha.


Lidar com bloqueios criativos talvez seja a pior parte desse sonho - são horas olhando para a tela em branco no Word, rezando para um pontapé inicial. Ainda escrevendo, as dificuldades aparecem quando precisa refazer um trecho, um capítulo, uma história... - e é nessa hora que a vontade de apagar tudo e desistir mais aparece, é preciso vencer a si próprio e nem sempre é tão simples quanto parece.


As entrelinhas de um livro entretanto não contam apenas a dor da escrita. Eis que chega a parte mais temida, especialmente para aqueles que ainda são novos nesse meio: apresentar o seu original às editoras, que levam algum tempo para devolver a resposta - haja unhas para roer, é muita ansiedade - "o seu texto é bom, mas não se encaixa no perfil da editora." - um "não" educado que trás consigo a frustração, afinal é algo que acredita muito, um projeto de vida.


Aqui, alguns seguem para a publicação independente e outros conseguem uma editora e, a partir daí, a preocupação passa a ser "como vou vendê-lo?" e tudo é válido, desde as redes sociais até a presença do próprio autor em várias livrarias trocando doces por minutos de atenção. É duro não saber qual será o destino do seu trabalho: tornar-se um "best-seller" ou aquele livro escondido e empoeirado na livraria.


Escrever exige muito mais do autor que "apenas escrever"; é um ato solitário e incerto e depende apenas de sua capacidade de persistir, afinal os caminhos percorridos não interessarão ao consumidor final e muito menos às redes sociais e propagandas feitas - aos olhos dos outros, o sucesso nas vendas e a posição que você se encontra são as duas coisas que definirão a qualidade do escritor.


A vida que ninguém vê - a dor de tornar-se um escritor; um trabalho arduamente persistente em busca de um sonho. 

Com açúcar e afeto, 

Carol Nery (@a.carolnery)


Resenha: Palavras ao Vento - Wando Gomes


Resenha: Armadilhas da Mente - Augusto Cury




8 comentários:

  1. Adorei o post! Nós, leitores, não conseguimos imaginar a situação que um autor passa até publicar seu livro (e depois também). É bem legal ver esse outro lado da coisa. Parabéns!

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. Nossa adorei. Também sou autora e penso como você.
    Quando a gente não conhece o lado sacrifício da coisa, a gente nem consegue imaginar o que se passa.
    Ótimo post, parabéns!

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  4. Hey, adorei o post e realmente é tudo verdade. Tempos de trabalho duro e pouco reconhecimento. Tem que ser por amor mesmo, porque fácil não é.
    Beijinhos
    insidethebookssite.wordpress.com

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